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Apontamentos de Biologia

Crescimento e Renovação Celular

-Um ser humano adulto, é formado por cerca de 100 biliões de células. A totalidade destas células resultou de uma célula inicial - o ovo ou zigoto. Esta célula contém toda informação necessária para o nosso desenvolvimento.

DNA e síntese proteica

-Durante as primeiras década do século passado, considerava-se que a informação necessária para formar um ser vivo estaria contida nas proteínas.

Esta ideia resultava de se conhecer uma impressionante diversidade de proteínas. Sabia-se que determinadas doenças hereditárias estavam associadas à falta de determinadas enzimas.

As investigações, que se foram realizando vieram mostrar que um outro grupo de moléculas - os ácidos nucleicos - era responsável pelo armazenamento da informação genética.

O DNA, tinha sido descoberto em 1869, por Friedrich Miescher mas essa descoberta teve pouca importância na época. Em 1928, o bacteriologista Frederick Griffith, abriu caminho para um conjunto de trabalhos experimentais que viriam a permitir identificar o material genético.

Griffith verificou que as bactérias do tipo R (não produtoras de cápsula) não eram patogénicas, enquanto que as do tipo S (capsuladas) provocavam pneumonia.

Quando sujeitas ao calor, as bactérias do tipo S eram mortas, logo, deixavam de conseguir provocar pneumonia. 

Verificou que as bactérias do tipo S conseguiam transmitir a sua virulência às bactérias do tipo R (não virulentas), que se tornariam patogénicas e capazes de provocar pneumonia.

Uma possível explicação para tudo isto era que, as bactérias mortas do tipo S transmitiam alguma informação às bactérias mortas do tipo R, logo estas eram capazes de produzir uma cápsula, tornando-se assim virulentas. Esta informação deveria ser transmitida por uma substância química, Principio Transformante, transforma um tipo de bactéria noutro (1944).

Avery e os seus colaboradores suspeitavam que o DNA pudesse ver o "Principio Transformante". Ao tratarem o DNA proveniente das bactérias do tipo S como proteases e RNAases, não conseguiram evitar a transformação das estirpes não virulentas em virulentas. Ao fazerem o tratamento com enzimas que degradam o DNA, a transformação foi impedida.

Estes investigadores concluíram que o DNA era o Principio Transformante, que passa das bactérias do tipo S mortas para bactérias do tipo R, dando-lhes a informação necessária para que estas produzem cápsula e se tornem virulentas.

Composição química dos ácidos nucleicos: DNA e RNA

-Os ácidos nucleicos são moléculas constituídas por unidades básicas designadas nucleótidos.

-Ácidos Nucleicos

  • DNA (ácido desoxirribonucleico) - Pentose presente é a desoxirribose

  • RNA (ácido ribonucleico) - Pentose presente é a ribose

-Bases Azotadas

  • Bases púricas - adenina e guanina - anel duplo

  • Bases pirimídicas - uracilo, timina, citosina - anel simples

Replicação do DNA 

-A replicação do DNA faz-se por um processo semiconservativo, o que assegura a constância da sua estrutura.

-A hipótese conservativa, admitia que a molécula de DNA progenitora se mantinha íntegra, servindo apenas de molde para a formação da molécula filha, a qual seria formada por duas novas cadeias de nucleótidos.

-A hipótese dispersiva, que cada molécula-filha seria formada por porções da molécula inicial e por regiões sintetizadas de novo.

                                                                           

 

 

 

                                                                             

 

                                                                              NOTA: Leitura do 3' para 5',formação do 5' para o 3'

Síntese Proteica 

-A informação genética exprime-se através da síntese proteica. As proteínas sintetizadas condicionam as características dos indivíduos.

Na síntese proteica estão envolvidos fenómenos de transcrição e de tradução.

  • Transcrição: A informação genética, contida na molécula de DNA, é copiada para uma molécula de mRNA.

  • Tradução: A informação transcrita para a molécula de mRNA desloca-se para o citoplasma da célula, onde vai coordenar a formação de péptidos (sequência de aminoácido).

Código Genético

-Resulta de uma sequência de nucleótidos, esta sequência tinha correspondência com a sequência de aminoácidos.

-Codão, resulta por complementaridade de um tripleto de nucleótidos do DNA,  designa-se codogene.

-tRNA: Responsável pelo transporte de um determinado aminoácido até ao local de síntese de proteínas -  ribossoma.

-Uma informação de DNA é transcrita para o mRNA, sendo traduzida para linguagem proteica.

Tradução - Iniciação, alongamento e finalização

Iniciação

  • A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade 5' do mRNA

  • A subunidade menor do ribossoma desliza ao longo da molécula de mRNA até encontrar o codão de iniciação (AUG)

  • O tRNA que transporta o aminoácido metionina liga-se por complementaridade ao codão de iniciação

  • A subunidade maior liga-se à subunidade menor do ribossoma

Alongamento

  • Um segundo tRNA transporta um aminoácido específico, ligando-se ao codão

  • Estabelece-se  uma ligação peptídica entre o aminoácido recém-chegado e a metionina

  • O ribossoma avança três bases ao longo do mRNA no sentido 5'-3'

  • O processo repete-se ao longo da molécula de mRNA

  • Os tRNA, que se tinham ligado inicialmente,vão-se desprendendo sucessivamente

Finalização

  • O ribossoma encontra um codão de finalização (UAA,UAG ou UGA). Como a estes codões não corresponde nenhum tRNA, o alongamento termina

  • O último tRNA abandona o ribossoma

  • As subunidades do ribossoma separam-se, podendo ser recicladas

  • O péptido é libertado

Mitose

-Processo que permite que um núcleo se divida originando dois núcleos-filhos, cada um contendo uma cópia de todos os cromossomas do núcleo original, e, consequentemente, de toda a informação genética. É uma das fases do ciclo celular.

Histonas: Informação genética que se encontra distribuída por várias moléculas de DNA, as quais estão associadas a proteínas conferem estabilidade ao DNA, responsáveis pelo processo de condensação.

Cromossomas: Quando a célula está em divisão, os filamentos sofrem um processo progressivo de condensação, originando filamentos curtos e espessos. Cada cromossoma é constituído por dois cromatídeos, resultaram de um duplicação do filamento inicial da cromatina (proteínas e DNA). Os cromatídeos de um cromossoma encontram-se unidos por uma estrutura resistente, centrómero.

Citocinese: Divisão nuclear, divisão do citoplasma

Mitose: Divisão nuclear, divisão do núcleo

Interfase: Tempo que decorre entre duas mitoses

Interfase

  • Período G1 - São produzidas moléculas de RNA, sintetização de proteínas, lípidos e glicídos.

  • Período S - Replicação de DNA

  • Período G2 - Síntese de proteínas, produção de estruturas membranares

Diferentes etapas da mitose

  • Profase - Etapa mais longa; Os cromossomas enrolam-se, mais condensados, curtos e grossos; Os centrossomas afastam-se para pólos opostos; Forma-se um fuso acromático; Os nucléolos desaparecem e o invólucro nuclear desagrega-se.

  • Metafase - Máxima condensação; Os cromossomas dispõem-se no plano equatorial; forma-se a placa equatorial.

  • Anafase - Rompimentos do centrómero, separando-se em dois cromatídeos; Os cromossomas iniciam a ascensão polar; Cada pólo da célula possui um conjunto de cromossomas exatamente igual.

  • Telofase - Organizações dos núcleos-filhos; Formação de um invólucro nuclear; Iniciam um processo de descondensação; As fibrilas do fuso acromático desorganizam-se; A mitose termina; A célula possui agora dois núcleos.

Célula vegetais 

  • Não ocorre estrangulamento

  • Contém celulose, polissacarídeos e proteínas

  • Não existe centríolos

Células Animais

  • A citocinese ocorre por estrangulamento

  • Contração progessiva de microfribilas proteícas

Crescimento e Regeneração de Tecidos vs. Diferenciação Celular

Diferenciação Celular

Célula Totipotente: Tem todas as potencialidades para originar todas as outras células.

Célula Multipotente: Células que apresentam um grau de diferenciação menor que as restantes.

Tecidos meristemas: Células indiferenciadas agrupadas em tecidos chamados meristemas.

Clonagem: Produção de um ou mais indivíduos geneticamente idênticos.

Clones: Indivíduos produzidos por um processo de clonagem.

-A produção de células anormais, acontece devido a erros durante os processos de divisão celular.

-O património genético das células pode sofrer alterações devido a radiações, substâncias tóxicas e determinados vírus.

Reprodução Assexuada

- A reprodução assexuada ocorre quando um individuo se reproduz sem a união de gâmetas e está associada à divisão celular mitótica.

-Através da reprodução assexuada, um único progenitor dá origem a um conjunto de indivíduos que lhe são geneticamente idênticos e se designam clones.

 

-A reprodução assexuada não contribui para a variabilidade genética das populações, porém, assegura o seu rápido crescimento e a colonização de ambientes favoráveis.

 

Processos de reprodução assexuada 

  • Bipartição: Cissiparidade, divisão simples ou divisão binária. Processo através do qual uma célula se divide em duas que depois vão crescer até atingirem o tamanho da progenitora. É o processo mais comum entre os organismos unicelulares procariontes e unicelulares eucariontes, ex.paramécia.

  • Divisão Múltipla: O núcleo da célula-mãe divide-se em vários núcleos. Cada núcleo rodeia-se de uma porção de citoplasma e de uma membrana, dando origem às células-filhas, que são libertadas quando a membrana da célula-mãe se rompe.

  • Fragmentação: Obtém-se vários indivíduos a partir da regeneração de fragmentos de um individuo progenitor. Ocorre em algas (espirogira), em alguns animais (planárias) e algumas estrelas-do-mar.

  • Gemulação: Forma-se uma dilatação denominada gomo ou gema. Ao separar-se, o gomo dá origem ao novo individuo, geralmente de menor tamanho que o progenitor. Ocorre em seres unicelulares (leveduras), e em seres pluricelulares (esponja ou a hidra), também pode ocorrer em plantas superiores.

  • Partenogénese: Desenvolvimento de um individuo a partir de um oócito não fecundado, ocorre em algumas plantas, também animais (abelhas, afídeos, peixes, anfíbios e répteis.

  • Esporulação: Consiste na formação de células especiais - esporos - que originam novos seres vivos. Os esporos são formados em estruturas especias, os esporângios, possuem uma camada protetora muito espessa. É um processo comum em fungos e algas, consiste na formação de células especiais denominadas mitósporos (esporos formados por mitose).

  • Multiplicação Vegetativa: Ocorre devido à existência de tecidos especiais chamados meristemas. Neste processo, certas estruturas multicelulares fragmentam-se e separam-se da planta-mãe, dando origem a uma nova planta. 

 

-Natural 

  1. Folhas: Certas plantas desenvolvem pequenos propágulos nas margens das folhas. Cada um deles é uma plântula em miniatura, que sai no solo, dando origem a um planta adulta.

  2. Estolhos: Os morangueiros e as begónias, produzem plantas novas em caules prostrados chamados estolhos. Cada estolho parte do caule principal e vai dar origem a várias plantas novas. O caule principal morre assim que as novas plântulas desenvolvem as suas próprias raízes e folhas.

  3. Rizomas: Certas plantas (lírico, bambu, fetos) possuem caules subterrâneos alongados e ricos em substâncias de reserva. Estes caules, rizomas, permitem à planta sobreviver, ainda que a parte aérea morra. Têm a capacidade de alongar-se, originando gemas, que se diferenciam em novas plantas.

  4. Tubérculos: São caules subterrâneos volumosos e ricos em substâncias de reserva. Possuem gomos com capacidade germinativa os quais dão origem a novas plantas.

  5. Bolbos: Caules subterrâneos que possuem um gomo terminal rodeado por camadas de folhas carnudas, ricas em substâncias de reserva. Em condições favoráveis, formam-se gomos laterais que se rodeiam de novas folhas carnudas e originam novas plantas.

-Artificial

  1. Estacaria: Introdução de fragmentos da planta no solo, a partir dos quais surgem raízes e gomos que dão origem a uma nova planta.

  2. Mergulhia: Consiste em dobrar um ramo da planta até enterrá-la no solo. A parte enterrada irá criar raízes adventícias,originado uma planta independente. A alporquia é uma variante da mergulhia e usa-se na impossibilidade de dobrar o ramo da planta até ao solo.

  3. Enxertia: Consiste na junção das superfícies cortadas de duas partes de plantas diferentes. A parte da planta que recebe o enxerto chama-se cavalo ou porta-enxerto e a parte da planta dadora chama-se garfo ou enxerto.

Reprodução Sexuada

-A reprodução sexuada está dependente da fecundação, da união, de duas células especializadas, denominadas gâmetas. Durante a fecundação, ocorre a cariogamia, a fusão dos núcleos dos gâmetas. Desta união resulta uma célula, ovo ou zigoto, que devido a mitoses sucessivas origina um individuo com características resultantes da combinação genética dos gâmetas dos progenitores.

Para que da fecundação resulte um ovo diplóide (2n cromossomas), é necessário que cada gâmeta seja haplóide, ou seja, possua apenas metade destes cromossomas, para isto acontecer os gâmetas são formados através de um tipo especial de divisão celular denominada meiose.

Meiose

-Divisão celular, a partir do qual uma célula diplóide (2n), origina quatro células haplóides (n). A meiose consiste em duas divisões sucessivas , divisão I - divisão reducional - e divisão II - divisão equacional.

Divisão I

  • Profase I: Etapa mais longa da meiose. Ocorre a maior condensação de cromossomas, que ficam mais curtos e enrolados. Dá-se o início da formação do fuso acromático, desagregação do invólucro nuclear e do nucléolo. A união dos cromossomas homólogos podendo ocorrer sinapses,o local de união denomina-se quiasma e existe pelo menos um par de cromossomas. Os cromossomas homólogos emparelhados designam-se por bivalentes, entre os quais ocorrem trocas de segmentos entre cromossomas homólogos (crossing-over).

  • Metafase I: Os cromossomas homólogos dispõem-se aleatoriamente na placa equatorial, equidistantes dos pólos e presos pelos centrómeros às fibras do fuso acromático. São os pontos de quiasma que se localizam no plano equatorial do fuso acromático. 

  • Anafase I: Os cromossomas homólogos separam-se aleatoriamente e afastam-se para pólos opostos, isto ocorre devido à retração das fibras do fuso acromático. 

  • Telofase I: Os cromossomas começam a sua desespiralização, tornando-se finos e longos. Desorganiza-se o fuso acromático e diferenciam-se os nucléolos e as membranas nucleares formando dois núcleos haplóides. Em certas células, ocorre citocinese, originando assim duas células-filhas e consequentemente a iniciação da divisão II.

Divisão II

  • Profase II: Os cromossomas com dois cromatídeos condensam-se. O fuso acromático forma-se após a divisão do centrossoma. Os cromossomas dirigem-se para a placa equatorial, presos pelo centrómero às fibras do fuso acromático. 

  • Metafase II: Os cromossomas dispõem-se na placa equatorial, equidistantes dos pólos e sempre presos pelo centrómero às fibras do fuso acromático.

  • Anafase II: Ocorre a divisão do centrómero e dá-se a ascensão polar, os cromatídeos do mesmo cromossoma separam-se para pólos apostos.

  • Telofase II: Os cromossomas atingem os pólos e iniciam a sua desespiralização,  tornando-se longos, finos e invisíveis ao microscópio. Formam-se quatro núcleos haplóides.

Ciclos de vida 

Ciclos de Vida

  • Ciclo de Vida Haplonte - A meiose é pós-zigótica, esta não produz gâmetas, produz células haplóides que se dividem por mitose originando um organismo haplonte. Esse organismo produz gâmetas por mitose, e o único estado diploide é o do zigoto. Acontece nos protistas, algas e fungos.​

  • Ciclo de vida Diplonte - Os gâmetas são as únicas células haplóides. A meiose ocorre durante a produção dos gâmetas (meiose pré-gamética), sendo o único estado haplóide nos gâmetas.

  • Ciclo de Vida Haplodiplonte - Alternância de gerações, inclui estados haplontes e diplontes. As plantas e algumas algas têm este tipo de ciclo. O estado multicelular diploide chama-se esporófito. A meiose que ocorre no esporófito origina células haplóides chamadas esporos, este divide-se por mitose originando um estado multicelular haplóide denominado gametófito, que produz gâmetas, por mitose. Da fecundação desses gâmetas, resulta um zigoto diploide que se irá desenvolver formando um novo esporófito.

Evolução Biológica

-A maioria dos biólogos considera que todos os seres vivos conhecidos na Terra podem ser divididos em dois grandes grupos:

  • Seres procariontes - seres que as células não têm organitos individualizados.

  • Seres eucariontes - apresentam-se constituídos por células complexas, com um núcleo organizado e diversos organelos membranares.

-A grande distinção entre estes grupos é a sua organização celular.

-O Planeta Terra formou-se há cerca de 4600 milhões de anos. Os primeiros milhões de anos da história do planeta terão sido tumultuosos. Os corpos do Sistema Solar, procuravam a estabilidade. Os bombardeamentos meteoríticos sucederam-se a um ritmo elevado, até há cerca de 3900 milhões de anos.

A Terra entrou numa fase mais calma da sua evolução e a temperatura foi diminuindo, criando-se um ambiente mais propício para que se pudessem criar moléculas complexas, sem que fossem imediatamente destruídas pelo calor.

-As moléculas orgânicas terão originado sistemas com elevados níveis de organização, designados protobiontes. Os protobiontes seriam agregados moleculares incapazes de se reproduzirem de forma regular.

Os protobiontes seriam capazes de manter um certo equilíbrio do seu meio interno e de reagir a certos estímulos do meio. O aumento gradual da complexidade destes protobiontes terá levado ao aparecimento dos primeiros seres vivos. Inicialmente unicelulares e de constituição muito simples, os primeiros seres vivos seriam semelhantes aos atuais seres procariontes.

 

-Alguns seres unicelulares desenvolveram um processo metabólico que conduzia à libertação de oxigénio - a fotossíntese.

-O surgimento do oxigénio na atmosfera teve um impacto brutal na vida dos únicos habitantes da Terra, os procariontes. Este gás estabelece ligações com diversas moléculas, destruindo-as ou modificando-as drasticamente. Muitos grupos procariontes extinguiram-se pois foram envenenados pelo oxigénio, outros conseguiram sobreviver em ambientes que permaneciam anaeróbios.

-A simplicidade dos organismos procariontes limitava os processos metabólicos que podiam ser realizados simultaneamente. Alguns grupos de procariontes evoluíram e aumentaram a sua complexidade, tendo estado na origem dos organismos eucariontes.

Existem duas hipóteses que tentam explicar a origem dos seres eucariontes a partir dos procariontes:

  • Hipótese Autogénica  - os seres eucariontes são o resultado de uma evolução gradual  dos seres procariontes.

 

 

  • Hipótese Endossimbiótica – os seres eucariontes terão resultado da evolução conjunta de vários organismos procariontes, os quais foram estabelecendo associações simbióticas  entre si.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

-Os organismos capazes de produzir compostos orgânicos, utilizando a energia luminosa, libertavam oxigénio para a atmosfera. Outros desenvolviam a capacidade de aproveitar esse oxigénio para degradar compostos orgânicos e obterem energia necessária para as suas funções. Alguns organismos estabeleciam relações simbióticas de tal forma vantajosas que se tornariam permanentes.

-Os eucariontes, reuniam diversas capacidades na mesma célula e competiam entre si pelo alimento e pelo espaço. A crescente competição levaria ao aparecimento de um novo grupo de seres vivos -  organismos multicelulares.

 

-O primeiro passo para a multicelularidade deve-se ao facto de algumas células geradas não se libertariam das células progenitoras após a divisão. Os ancestrais dos organismos multicelulares seriam simples agregados de seres unicelulares, que formavam estruturas designadas colónias ou agregados coloniais. A diferenciação celular, relacionada com uma função específica, e em que se verifica uma interdependência estrutural e funcional das células, ter-se-á acentuado no decurso da evolução, originando verdadeiros seres multicelulares.

 

-Terão surgido inicialmente diferentes tipos de células que originaram tecidos, os quais terão levado ao aparecimento de órgãos e de sistemas de órgãos. Admite-se que a progressiva especialização morfológica e fisiológica dos seres coloniais conduziu ao aparecimento dos organismos multicelulares.

Vantagens da multicelularidade:

  • Maiores dimensões

  • Maior diversidade, consequentemente uma melhor adaptação a diferentes ambientes

  • Diminuição da taxa metabólica

  • Maior independência em relação ao meio ambiente – homeostasia (equilíbrio dinâmico do meio interno)

 

Mecanismos de evolução

  • Fixismo - Considera que as espécies são permanentes, perfeitas e que não sofrem evolução. Esta teoria prevaleceu por mais de dois mil anos.

  • Evolucionismo - Considera que a diversidade de seres vivos resulta de um processo de transformação que as espécies vão sofrendo;  A primeira Teoria Evolucionista é atribuída a Lamarck. O Lamarckismo assenta em dois princípios: A lei do uso e do  desuso/ A lei da transmissão dos caracteres adquiridos.

 

-Darwin também desenvolveu uma teoria evolucionista, que marcou profundamente a comunidade científica e a sociedade. O trabalho de Darwin foi influenciado pelo trabalho de muitos outros pensadores e tem por base vários princípios:

  1. Existem variações individuais dentro de uma mesma espécie

  2. As populações tendem a crescer segundo uma progressão geométrica, enquanto que os recursos alimentares crescem segundo uma progressão aritmética 

  3. Os indivíduos de uma população lutam pela sobrevivência-O meio exerce uma seleção natural, favorecendo os mais aptos e eliminando os menos adaptados

-Existem vários argumentos que apoiam a Teoria da Evolução:

  1. Argumentos da Anatomia Comparada - baseiam-se no estudo comparado das formas e estruturas dos organismos com o objetivo de estabelecer possíveis relações de parentesco entre elas. Essas relações de parentesco ou filogenéticas são evidenciadas pela presença de órgãos homólogos, análogos e vestigiais.

  2. Argumentos da Paleontologia – baseiam-se no estudo de fósseis, de partes, vestígios ou marcas de atividade de seres vivos que viveram em épocas geológicas anteriores e que ficaram conservados em sedimentos dos quais eram contemporâneos.

  3. Argumentos da Embriologia - O estudo comparado de embriões releva semelhanças nas primeiras etapas do seu desenvolvimento e estruturas comuns em embriões de diferentes grupos.

  4. Argumentos da Biogeografia - Defendem que as espécies tendem a ser mais semelhantes quanto maior é a sua proximidade geográfica. Quanto mais isoladas, maiores as diferenças entre si.

  5. Argumentos da Citologia - A teoria celular defende que todos os seres vivos são constituídos por células. A célula é aunidade estrutura e funcional de todos os seres vivos, com vias metabólicas idênticas em seres vivos muito diferentes. Isto indica uma origem comum.

  6. Argumentos da Bioquímica - Todos os organismos são constituídos pelo mesmo tipo de biomoléculas (proteínas, lípidos, glícidos, ácidos nucleicos). O DNA e o RNA são importantes no mecanismo global de produção de proteínas onde intervém um código genético universal. Universalidade do ATP como energia biológica utilizada pelas células. Existência de outras vias metabólicas comuns para além da síntese proteica como os processos respiratórios e modos de atuação das enzimas.

 

  • Neodarwinismo - Admite que as populações constituem unidades evolutivas . As populações apresentam variabilidade sobre qual a seleção natural atua; A variabilidade resulta das mutações e da recombinação génica (meiose e fecundação).

Sistemática dos seres vivos

-Existem sistemas de classificação práticos e racionais, artificiais e naturais, horizontais e verticais.

-Distinguem-se dois tipos principais de classificações biológicas: Fenéticas e Filogenéticas (por vezes designadas filéticas, evolutivas ou cladísticas).

-Todos os sistemas de classificação têm subjacente uma série de critérios, dos quais se destacam: dados morfológicos, simetria corporal, dados paleontológicos, modo de nutrição, dados embriológicos, dados cariológicos, dados etológicos, critérios bioquímicos e organização estrutural.

-A Taxonomia é o ramo da Biologia que se ocupa da classificação dos seres vivos.

-A Nomenclatura define as regras a usar para a nomeação dos grupos taxonómicos.

-A sistemática pode considerar-se como uma Biologia Comparativa, que engloba dados da Taxonomia e da Biologia Evolutiva, para tentar compreender a história evolutiva dos organismos e as suas relações de parentesco.

-Os principais taxa utlizados nas classificações atuais são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Familia, Género e Espécie.

-Existe uma hierarquia nas diferentes categorias taxonómicas.

-A espécie é a unidade básica da classificação.

-No sistema de nomenclatura utilizado atualmente, as espécies são designadas por um sistema de nomenclatura binominal. Todos os taxa superiores à espécie possuem uma designação uninominal.

-Os nomes científicos são universais, facilitando a comunicação entre biólogos de todo o mundo.

-Não existem sistemas de classificação perfeitos nem definitivos.

Sistemática de classificação de Whittaker modificado

-Com o avanço da Ciência, a classificação dos seres vivos em dois reinos começou a revelar-se insuficiente.

-O sistema de classificação de Haeckel (1866) propõe a existência de três reinos: Protista, Plantae e Animalia.

-O sistema de classificação de Copeland (1956) propõe a existência de quatro reinos: Monera, Prostista, Fungi, Plantae e Animalia.

-Em 1979, Whittaker apresenta uma versão modificada do seu sistema de cinco reinos. Este sistema é um dos que reúne mais consenso, atualmente.

-O sistema de classificação de Whittaker baseia-se em vários critérios, sendo o nível de organização celular, o modo de nutrição e o tipo de interações nos ecossistemas, os mais significativos.

-Já existem sistemas de classificação que propõem a existência de mais de cinco reinos de seres vivos.

-Um desses sistemas, baseado no facto de existirem duas linhagens diferentes de organismos procariontes, propõe que o reino Monera seja extinto e surjam em seu lugar dois novos reinos, intitulados Arqueobactérias e Eubactérias.

-Woese propôs, em 1977, um sistema baseado numa categoria taxonómica denominada divisão. Os seres visos estariam, assim, divididos em 26 divisões, incluídos num de três domínios: Archaea, Bacteria ou Eukarya.

-Apesar de o sistema de cinco reinos de Whittaker ainda reunir, atualmente, algum consenso, a perspetiva sobre a diversidade biológica está sempre a mudar. Não existem sistemas de classificação perfeitos ou definitivos.

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